Deu na Folha de São Paulo, de 31 de Dezembro de 2008. Em 1968, os formandos em Direito da Universidade Federal do Rio Grande do Sul, furtaram um sino de bronze, cujas badaladas marcavam o início e o fim das aulas. O mesmo tem cerca de 30 centímetros de altura e 10 quilos de peso.
Os ladrões formaram uma confraria, a Ordem do Sino, que ganhou até um estatuto em 1978. Seus membros se dedicam desde o furto a esconder o sino, considerado o símbolo da turma, mediante rodízio de posse. Todos os anos, durante um jantar comemorativo em novembro, a peça troca de mãos. O critério para ter o privilégio de esconder o sino é o maior número de participações nos jantares anuais. O sino será devolvido somente quando todos os membros da confraria morrerem; dos 93 formandos, 77 estão vivos.
Graciliano Rocha, da Folha, informa que, entre os membros da tal Ordem, estão o ex-presidente do Supremo Tribunal Federal e atual ministro da Defesa, Nelson Jobim, o vice-presidente do Superior Tribunal de Justiça, Ari Pargendler, e o corregedor do Conselho Nacional de Justiça, Gilson Dipp.
Sigo agora com as minhas reflexões. Suponhamos que um cidadão comum, como eu, resolvesse furtar o sino ou algo semelhante de uma escola em que estivesse estudando. E fosse plenamente identificado pelo furto, como os membros da confraria.
Teria sido processado por vandalismo, talvez preso, provavelmente penalizado. Agora, os membros da confraria são "importantes"; mais vez parece predominar a regra brasileira do jeitinho, que privilegia a elite. O que esperar de profissionais que tratam a coisa pública com tanto desprezo ou, como aconteceu em Londrina, no caso médicos formandos, que tratam os seus pacientes com preconceito?
É por fatos semelhantes que alguns brasileiros, melhor preparados intelectualmente, estão indo embora, buscando uma imigração definitiva para o Exterior. Acorda povo brasileiro!
2 comentários:
¿Prefiro pensar em um grupo exposto a radiação que desencadeou um processo de desequilíbrio psico, hehehe
Assim não fico tãooo desiludida com os nossos ilustres!
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