domingo, 30 de março de 2014

CRIMINALIDADE

Tenho lido e ouvido uma frase constantemente: BANDIDO BOM É BANDIDO MORTO! Com ela, vem sempre a reclamação quanto aos ativistas pelos direitos humanos, que seriam mais preocupados com o bem estar dos criminosos do que em defender as vítimas.
Quando debato o assunto, sempre penso que o Brasil é o país do fim do mundo. Reunimos o que de melhor existe no mundo, em termos de criatividade e valores comportamentais mas, ao mesmo tempo, nos chafurdamos na ignorância educacional e no obscurantismo religioso.
A criminalidade aumentou? Ora, estatísticas. Falta dimensão histórica ao pensamento do nosso povo. Nasci num Brasil com 50 milhões de habitantes, aproximadamente. Hoje somos uns 200 milhões e a infraestrutura não acompanhou esse crescimento demográfico.
Quando eu era criança, obviamente já ocorriam furtos, roubos, assassinatos, estupros e corrupção política. Havia a figura quase romântica do malandro, do batedor de carteira. Com o passar dos anos, os objetos furtáveis aumentaram em número: automóveis, motos, bicicletas, celulares, notebooks, tablets, tênis de marca, bonés especiais, caixas eletrônicos, cartões de crédito, cartões de Bilhetes Únicos, alimentos em supermercados; fora os crimes virtuais sofisticados.
O ser humano vive esse carma biológico: é o ser mais criativo da Terra, mas também o mais destrutivo. Assim, nada mudou nesses milhares de anos. O confronto entre o que consideramos Bem e Mal continuará sendo o desafio humano constante.
No caso brasileiro, a lei protege os mais poderosos. É mais fácil um ladrão de salame ficar preso, do que um empresário assassino. Precisamos inicialmente, em minha opinião, dar uma chacoalhada na cultura nacional que preserva e valoriza tanto os homens de bem, as celebridades. Cultuamos exageradamente nossos políticos e magistrados, nos encantamos com lideranças sociais que nem sempre agem eticamente.
Não há soluções fáceis. Investir em educação e saúde é um tema deveras conhecido e pouco praticado; preferimos empregar dinheiro e muito em estádios monumentais. Pão e circo para a população carente. Falar em planejamento familiar se torna tabu.
Precisamos ainda de um justiça mais equânime. E lutarmos para que nossos presídios:
- deixem de ser depósitos de carne humana
- deixem de ser escolas do crime
- permitam efetivamente a recuperação social de parte dos criminosos
Precisamos de uma polícia mais inteligente, que se antecipe aos atos criminosos e não fique somente na repressão. Precisamos impedir a chegada de armas tão fácil para as mãos de criminosos. Precisamos repensar o tratamento dado aos psicopatas. Precisamos colocar os corruptos e corruptores na cadeia. Quanto à redução da menoridade penal, considero o tema espinhoso, mas que precisa ser discutido. Há meninos e meninas que ultrapassaram os limites e têm cometido crimes hediondos. Portanto, tudo isso é tarefa para verdadeiros Hércules. Não existe segurança absoluta; vejam o exemplo dos EUA, que possui uma população carcerária enorme, mas onde ocorrem crimes violentos de todo o tipo. Mas, precisamos agir para pelo menos minimizar esse medo que percorre todos nós quando saímos de casa.

quinta-feira, 1 de agosto de 2013

GOVERNO DILMA

Muita gente opina sobre o governo Dilma no Facebook. Há uma mistura de descontentamento, desilusão e machismo. Por outro lado, grupos de simpatizantes petistas querem a todo custo reelegê-la.
Quais são as minhas críticas a respeito? Ela herdou uma pseudo-democracia. Nossos partidos não dizem nada ideologicamente. Nossos políticos trocam de partido ou criam outros como se mudassem suas cuecas ou meias.
O povo é pouco consciente. Vota com base em princípios como beleza, poder, simpatia, religiosidade e outros semelhantes. Quase nunca analisa criticamente os candidatos.
O que ela deveria ter feito até agora, em minha opinião? Dou algumas sugestões:
1. usar sua influência política para expulsar os senhores José Dirceu, Genoíno, João Paulo Cunha e Delúbio do PT. A prisão deles não depende dela, mas a exclusão do partido sim.
2. dobrar o valor do salário mínimo. Municípios quebrarão. Mas, quantos realmente deveriam existir?
3. investir maciçamente na formação de professores de Primeiro Grau. Salários e condições de trabalho. Seria a verdadeira revolução política. Quando os EUA estavam sendo superados pela URSS, na pesquisa espacial, a administração Kennedy investiu grandes capitais na formação de engenheiros. Sabemos do resultado final.
4. criar hospitais de referência nas capitais de todos os Estados. Atrair então os médicos pelas condições de trabalho adequadas.
5. propor e brigar por uma reforma tributária mais justa.
6. apresentar ao País um projeto completo de reforma política e jurídica.
Fez isso até agora? Não. Fará isso no futuro? Tenho sérias dúvidas. O duro é que as opções políticas em 2014 são precárias.

sexta-feira, 14 de junho de 2013

NOVAS CENAS PAULISTANAS

1. Já ouviram falar em periguete cristã? Vi uma ontem. Andando pela Paulista, havia uma moça com uma saia curtíssima. Pernas bronzeadas e, detalhe, com uma frase tatuada na coxa. Deu para ler; era um trecho de um salmo bíblico.
2. Perto do Conjunto Nacional, um garoto me perguntou: Qual a capital da França? Respondi: Paris. Ele completou: Então compre de mim e será feliz. Ele vendia balinhas. Recusei. E ele continuou: o senhor é diabético? Futuro marqueteiro; já tem os discursos de abordagem prontos.
3. Dentro do metrô, linha Amarela. De repente, toca o sinal para o fechamento das portas. E uma mulher se joga para fora. Ela saiu correndo atrás de alguém que havia furtado o seu celular. Não sabemos do fim da cena.
4. Saindo ainda ontem do metrô, estação Barra Funda. Duas moças conversando perto da UNINOVE. Creio que estavam falando do Facebook. Ouvi a seguinte frase: Se ele quisesse, poderia me aderir. Pau no cu dele. Fiquei imaginando o sofrimento do sujeito, risos. Que violência!
5. Sobre as manifestações de ontem, já as comentei no Facebook. Já fui chamado de saudosista da ditadura. Ora, existe uma relação impactante entre inflação, condições ruins no transporte público e tarifa considerada elevada. Essa tarifa hoje já é subsidiada. Pode ser zerada? Sim, desde que alguém assuma todos os custos, estimados pelo atual Prefeito de São Paulo em 6 bilhões de reais. A polícia agiu despropositalmente nos últimos dias? Sim. Mas, os manifestantes não querem se aprofundar na questão e propor medidas racionais para a redução dessa tarifa. Querem impor soluções à força e me param justamente os locais críticos da cidade. Não aceito a repressão estúpida da polícia, mas não admito o vandalismo puro e simples.
6. Encerrando. Como as pessoas estão concentradas em si mesmo! Um casal de idosos entrou no metrô hoje. A senhora sentou logo no banco apropriado; o senhor ficou meio perdido e ninguém lhe ofereceu um lugar. Interferi e ele sentou.

segunda-feira, 3 de junho de 2013

NOITE AGITADA

Que noite engraçada passei hoje! Saindo da Justiça, vi um estrangeiro que não falava Português pedindo ajuda a brasileiros que não falavam Inglês. Pelo visto, valeu a linguagem de sinais. E ouvi de um transeunte: "Imagine na Copa!" Virou bordão.
No metrô Barra Funda, alguém tentou jogar um saco de salgadinhos na lixeira, errou o alvo e continuou andando. E diversas pessoas passaram por sobre o saco, pisando-o, chutando-o, rasgando-o. Mas, ninguém se atreveu a pegá-lo. Joguei-o no lixo adequado.
Então, uma mulher segurando uma mala enorme me pediu que levasse a filha, pela mão, na subida da escada rolante. A menina também estava com uma malinha de escola. Ajudei-as. Depois, fiquei pensando. Com tanto pedófilo agindo por aí, ela confiou demais. Seria a minha calvície tão respeitável assim?
Para encerrar, em frente ao Palmeiras vi um mini-vulto correndo. A coisa ficou assustada comigo e se infiltrou pela grade que cerca o estádio. Era uma ratazana. Seria um corinthiano disfarçado? Não sejamos maldosos. Jogam tanto lixo nas ruas, que a cidade se torna fonte de alimentação e de procriação para muitas espécies animais.
Prevalece a velha tese de que brasileiro não liga para a coisa pública.

quarta-feira, 29 de maio de 2013

TRADIÇÕES ANTIGAS QUE SOBREVIVEM

Desde a era em que vivíamos nas cavernas, mantemos alguns hábitos que parecem não mudar nunca.

BUSCA PELO PODER

Em certo momento de sua História, o homem primitivo resolveu dominar outros homens. Pela força física, pela violência armada, depois pela inteligência e  pela manipulação política. O que fazem os políticos atualmente? Uma parte defende suas ideologias como verdadeiros dogmas religiosos, outros vivem de práticas fisiológicas. Mas, o objetivo é um só: PODER. Como salientou recentemente o Ministro Joaquim Barbosa: nossos partidos são de mentirinha. Mas, essa praga existe no mundo inteiro.

DOMINAÇÃO SOBRE AS MULHERES

Pelo que estudei no passado, nas eras primitivas a sociedade era matriarcal. Havia em torno da mulher uma construção social. Depois, o homem foi desvalorizando cada vez a mulher, muitas vezes se baseando nas religiões que tornaram o sexo feminino como fonte diabólica de prazeres. Ainda temos muito caminho a percorrer, para liberar definitivamente a mulher de preconceitos e violências praticadas pelos homens, que ainda agem como proprietários delas.

ESCRAVIDÃO

Outra doença social, que continua nos afetando. No passado, os vencedores de guerras escravizavam os derrotados. Então, brancos escravizavam brancos, negros sujeitavam negros e orientais humilhavam orientais. No entanto, nos últimos séculos, os brancos precisaram de mão de obra barata e foram buscá-la na África combalida. Destruíram diversos núcleos humanos e tornaram o continente africano um palco das piores mazelas até hoje. Onde foram escravizados, os negros lutam hoje por dignidade. Alguns se acomodaram num auto-desprezo doentio e amargo. E ainda temos em paralelo outros níveis de escravidão, principalmente no trabalho e em relação a mulheres prostituídas. A vigilância moral deve ser permanente, para liquidar esses processos de humilhação humana.

MISTICISMO E RELIGIÃO

Novamente, temos aqui a ação do homem primitivo. Sentindo-se inferiorizado perante as forças da Natureza, nosso antepassado desenvolveu a ideia do sobrenatural. Muitos deuses foram criados e cultuados. Depois, criaram-se as religiões monoteístas. E os dogmas próprios. Acredito como alguns que podemos viver sem religiões; não podemos viver sem valores morais. O risco que sofremos é que os dogmas religiosos originem fanatismos e se oponham aos valores morais que instituíram a civilização humana. Precisamos educar as pessoas sob o princípio da tolerância e da verdadeira democracia.




domingo, 26 de maio de 2013

HOMENS E MULHERES PODEM SER AMIGOS?

Essa é uma pergunta que nenhum pensador tem a resposta. Existe entre nós o tal instinto sexual; o ser humano vive praticamente em cio permanente.
Mas, criamos uma civilização em que o sexo deve ser praticado entre pessoas com alguma afinidade, entre quatro paredes.
O mundo moderno coloca, porém, homens e mulheres em convivências diárias. Nos escritórios, os dois sexos passam juntos em torno de 10 horas. Muitas pessoas se relacionam mais tempo com colegas de trabalho mais do que com as próprias esposas e maridos.
Eu trabalho num local em que as mulheres predominam. A quase totalidade é elegante e muitas são belíssimas.
Como agir? Eu nunca me envolvi com nenhuma delas. Mas, adoro várias de modo digamos platônico. Somos amigos, porém?
Entra então a problemática do machismo. Suponhamos que eu aparecesse na casa de uma delas, como visita inesperada, será que o companheiro aceitaria?
Ou uma delas me visitasse repentinamente, será que a minha esposa a receberia bem?
Difícil. Eu prefiro a amizade de uma mulher; posso conversar com qualquer uma sobre assuntos variados. Geralmente, em encontros masculinos, somente se fala de sexo e futebol. O papo é medíocre. Sei, no entanto, que quando me aposentar (já acontece isso com ex-alunas e colegas de faculdade), nunca mais verei grande parte das minhas colegas de trabalho. É a vida!

BAYERN

Quando cito que torço para o Bayern de Munique, há sempre um estranhamento entre as pessoas. Muitos acreditam que é uma fuga minha do desempenho ruim do Palmeiras. Asseguro que não é isso.
Há vários anos, ouvi comentários de que a Alemanha praticava um futebol que não era futebol. Talvez resquícios de uma certa decepção com a derrota da Hungria em 1954.
Mas, um país que ganhou diversos títulos, com clubes e seleções, devia ter os seus méritos pensei. E passei a acompanhar razoavelmente o futebol alemão.
O Bayern deu uma lição num time brasileiro, o Cruzeiro. E passei a respeitá-lo. Recebi até um livro do clube, contando detalhes sobre sua história.
Ontem, assisti a sua partida com o Borrussia Dortmund e, confesso, torci pela sua vitória. Viva o Bayern que, espero, será o próximo campeão mundial interclubes. Os brasileiros presunçosos já começam a falar no Atlético Mineiro como campeão da Libertadores. Será? Mas, o título mundial em minha opinião já tem dono.

VIZINHOS

Desde que casei, sempre morei em apartamento. Num deles, lá no Jabaquara, uma vizinha implicou com o barulho de um chuveirinho que eu utilizava para dar banho em uma das minhas filhas. No atual, uma vizinha reclamava até do meu caminhar pelo apartamento. Em outro, virei síndico e tive que ser mediador em diversos conflitos.
Estou escrevendo tudo isso em função do choque da notícia em que um empresário assassinou um casal de vizinhos e depois cometeu suicídio.
E a pergunta que não quer calar: como impedir desgraças desse tipo? Recentemente, conheci uma pessoa que me disse que todos nós temos o nosso lado monstrinho. Precisamos sempre agir racionalmente e controlá-lo pelo visto. Quantos de nós já não tiveram a vontade de esganar um vizinho ou arrancar os cabelos de um transeunte ou motorista?
Prédios são comunidades curiosas. Quase ninguém efetivamente se conhece. As pessoas saem para trabalhar e estudar, nos horários mais diversos, retornam impessoalmente e continuam suas vidinhas.
No caso das mortes da notícia, não havia acordo possível? O empresário, segundo sua própria esposa, era doente e com mania de perseguição. E possuía dois revólveres em casa. Será que a família dele não se omitiu, não deveria tê-lo internado? Ou sumido com as armas?
Sei de um caso mais antigo, em que um morador de outro prédio instalou, no apartamento do vizinho, uma proteção antirruído. Não seria um bom procedimento a ser empregado nesses casos?
Pensemos. Quem sabe os condomínios não devam contratar uma junta de psiquiatras e psicólogos permanentes.

segunda-feira, 20 de maio de 2013

NOVAS CENAS URBANAS

Continuo com minha missão? de narrar fatos paulistanos.

Ponto de Ônibus

Parece que as pessoas estão perdendo a visão lógica da vida. No sábado, fui ao Centro de Diagnóstico do Hospital Paulistano, na Avenida Brasil. Desci na esquina da Augusta e fui ao ponto de ônibus. Este estava lotadíssimo. Havia gente reclamando da demora do ônibus. Coincidentemente, quase todo mundo subiu no mesmo veículo em que entrei. Pensei até que não conseguiria descer. Para minha surpresa, dois pontos depois praticamente todo mundo desceu. Gente, o tempo que eles perderam esperando o ônibus poderia ter sido perfeitamente despendido numa caminhada!

O Perigo do Celular

Voltei para casa pela linha Amarela do metrô. Na minha frente, toda garbosa, descia uma garota olhando o celular. De repente, seu pé falseou (havia mais um degrau na escada) e ela caiu de joelhos no chão. Quem disse que o celular não pode se tornar um assassino? Ainda bem que somente a dignidade da garota foi atingida.

SESC Pompeia

Sábado. Virada Cultural. E esse SESC participou. Nenhum som me agradou; mas gosto é gosto. Provavelmente, houve gente assistindo aos shows. Mas, no final da noite e novamente no início da madrugada, algum jerico mandou soltar fogos de artifício praticamente em frente às janelas do meu prédio. Como foi difícil acalmar a minha gata siamesa!

Criança mimada

Hoje, metrô. Uma criança, provavelmente com a avó, estava sentada sozinha num dos bancos reservados prioritariamente para idosos, gestantes, pessoas com problemas físicos e mulheres com crianças de colo. E não quis ceder o lugar. Um idoso protestou veementemente, sem sucesso. É uma questão de educação. Como diziam os mais antigos : "é de pequeno que se torce o pepino". Como será essa menina em alguns anos?

sexta-feira, 17 de maio de 2013

CENAS URBANAS

Morar em São Paulo é um mar de surpresas e fatos; creio que somente o Rio de Janeiro, no Brasil, é tão agitado como.
Presenciei três cenas curiosas hoje:

CENA 1
Rua Augusta. Calçadas repletas de gente, apressada, disputando cada centímetro. Músicos atuando. Trânsito infernal. Moradores de rua pedindo dinheiro. E duas loiras altas, talvez modelos, conversando. Uma delas exibiu os cabelos para outra e disse: "Os nossos estão assim, mas queremos mais brancos". Que problemão! O mundo vai acabar se os cabelos delas não ficarem mais claros.

CENA 2
Duas mulheres carregando imensas malas no metrô. Parada na estação Palmeiras-Barra Funda. Enroscaram-se com as malas na saída. Uma criança de uns três anos, no máximo, provavelmente filha de uma delas, disparou na plataforma. Uma das mulheres recebeu no mesmo momento uma ligação no celular. Travamento total. Ainda bem que alcançaram a criança. Mas, foi mais importante atender o celular do que cuidar da criança.

CENA 3
Estou chegando ao Shopping Bourbon. Encontro uma caravana de Ribeirão Preto, que veio assistir a uma peça de teatro. Ironia das ironias. Eu, que moro ao lado do shopping, nunca fui ao cinema e ao teatro  que existem no mesmo.