Desde que casei, sempre morei em apartamento. Num deles, lá no Jabaquara, uma vizinha implicou com o barulho de um chuveirinho que eu utilizava para dar banho em uma das minhas filhas. No atual, uma vizinha reclamava até do meu caminhar pelo apartamento. Em outro, virei síndico e tive que ser mediador em diversos conflitos.
Estou escrevendo tudo isso em função do choque da notícia em que um empresário assassinou um casal de vizinhos e depois cometeu suicídio.
E a pergunta que não quer calar: como impedir desgraças desse tipo? Recentemente, conheci uma pessoa que me disse que todos nós temos o nosso lado monstrinho. Precisamos sempre agir racionalmente e controlá-lo pelo visto. Quantos de nós já não tiveram a vontade de esganar um vizinho ou arrancar os cabelos de um transeunte ou motorista?
Prédios são comunidades curiosas. Quase ninguém efetivamente se conhece. As pessoas saem para trabalhar e estudar, nos horários mais diversos, retornam impessoalmente e continuam suas vidinhas.
No caso das mortes da notícia, não havia acordo possível? O empresário, segundo sua própria esposa, era doente e com mania de perseguição. E possuía dois revólveres em casa. Será que a família dele não se omitiu, não deveria tê-lo internado? Ou sumido com as armas?
Sei de um caso mais antigo, em que um morador de outro prédio instalou, no apartamento do vizinho, uma proteção antirruído. Não seria um bom procedimento a ser empregado nesses casos?
Pensemos. Quem sabe os condomínios não devam contratar uma junta de psiquiatras e psicólogos permanentes.
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