segunda-feira, 22 de abril de 2013

SOU FEMINISTA, MAS NÃO GAY

Há algumas semanas, almocei com a minha filha perto de local onde ela estava trabalhando como temporária. Ela comentou com os colegas que eu participava intensamente da vida dela e da minha outra filha. Então recebeu a seguinte pergunta: "Seu pai não é gay?".
Já passei por situações semelhantes. Quando trabalhava numa empresa, há uns 30 anos, almoçava todos os dias com três mulheres maravilhosas, uma negra, uma nissei e uma loira. Éramos grandes amigos. Colegas afirmavam que eu era esperto, porque transava com todas, que eu era um bobão, porque não namorava com ninguém, e, pelas minhas costa, que eu era gay. Nunca disseram: "Que bonito, ele é efetivamente amigos das mulheres".
Quando nasceu minha segunda filha, um colega de trabalho insinuou que meu gene era fraco, porque somente gerava mulheres.
Mas, meu feminismo é antigo, antes mesmo do termo ser de uso corrente. Na infância, convivi com uma prima e uma menina neta de minha padrinha de batismo. Ótimas parceiras de infância. Também tinha outra amiga, vizinha de uma mulher que cuidava de mim enquanto meus pais trabalhavam.
Aos 10 anos, visitando um primo em Ribeirão Preto, fui proibido de ler um livro. Curioso, dei um jeito de pegá-lo novamente. E fiquei impressionado com a descrição de estupros e violências sexuais cometidos contra mulheres, inclusive por maridos e companheiros.
Mais tarde, no antigo Colegial e atual Segundo Grau, houve uma das famigeradas reformas educacionais do País. No terceiro ano, eu teria que optar por Ciências Exatas, Ciências Biológicas, Letras ou Administração. Eu optei por cursar Administração. Mas, ironia da História, a turma de Administração não se formou. E eu optei a cursar Letras. Éramos apenas quatro rapazes, numa turma de mais de 20 estudantes. Foi um dos melhores anos de minha vida. Não paquerei ninguém, mas as meninas eram incríveis.
Convivo hoje com mulheres especiais, que tornam o meu dia suportável. Sentirei saudades de todas, quando me aposentar. Não sou assexuado e, em algumas ocasiões, controlei meu instinto para não fazer uma besteira sexual. Mas, amo as mulheres como seres humanos e não como carne a ser consumida.

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