Com alguma frequência, recebo mensagens do seguinte tipo: "Quanto mais convivo com gente, mais prefiro os animais".
Em termos contextuais, a frase tem algo de antinatural. Se levada ao extremo da interpretação, significaria que desprezamos a nossa própria espécie. Mas, ela não teria algum fundamento?
Utilizarei minha gata siamesa como exemplo. A Luna completou 13 anos de idade. Está na minha família desde o seu nascimento.
Ela não está minimamente preocupada se os pelos estão caindo, se precisará adotar o corte da moda ou se necessitará pintá-los.
A comida é praticamente a mesma sempre. Ração. Ela gosta de algumas coisinhas mais. O sumo do mamão logo cedo, uma lambida em polenguinho e tomar a água onde o café é preparado. Já a flaguei tomando caldo de feijão. Não toma cuidado com o colesterol, nem liga se existe alguma gastronomia para gatos. E bebe sua aguinha sempre que possível.
Para dormir, basta um cantinho. Se tiver um cobertor, melhor ainda. Sua preferência é dormir ou sobre as minhas pernas ou ao lado da minha filha Jéssica.
Não teve filhotes. Mas, se eles existissem, não teria que ficar zelando pelos mesmos a vida toda. Provavelmente, não os veria mais; estariam todos bem ou mal cuidados nas mãos de alguns humanos. Talvez mortos por esses mesmos humanos.
O mais importante. Ela não fica tramando furtar, roubar, matar, sequestrar, destruir, prejudicar, atropelar o gato do vizinho. Aliás, ela nem sabe onde estão os outros gatos do meu prédio. Em veterinários, já vi seu instinto se manifestar, quando quis agredir um cachorro. Mas, nesse caso, os especialistas devem ter as suas explicações.
Talvez ser racional seja na verdade uma maldição que a Natureza impôs à Humanidade.
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