Não é fácil escrever sobre Fidel Castro, sem tomar algum partido. Em casa mesmo, tivemos discussões homéricas sobre o assunto, que não chegaram a conclusões explícitas.
Mas, vamos aos fatos:
- no tempo de Fulgêncio Batista, Cuba não passava de um quintalzão dos EUA, onde predominavam os jogos de azar e a prostituição.
- dissidentes eram perseguidos cruelmente.
- líderes revolucionários, entre eles Fidel e Che Guevara, com muita coragem pessoal derrubaram o ditador.
A partir deste momento, a História, sempre ela, se desdobrou em vertentes. Os EUA, na minha opinião em mais um erro de estratégia diplomática, resolveram defender os direitos de seus tão bonzinhos cidadãos e passaram a boicotar o regime cubano.
Fidel e seus comandados, na ânsia de buscar apoio externo e com uma intenção deliberada de se vingar dos EUA, adotaram então princípios marxistas mais evidentes e se aliaram à causa soviética. E tentaram espalhar a tal "revolução" para outros países da América Latina, com pouco sucesso.
Na verdade, houve avanços claros na sociedade cubana, sob a liderança de Fidel. Bons investimentos em saúde e na educação, principalmente. Os negros cubanos são hoje os mais socialmente integrados do mundo, gozando de uma qualidade de vida e respeito que não encontram em outros países do mundo.
Mas, Fidel cometeu também seu grande erro. Passou a se considerar como o único em condições de governar o país, o que redundou numa ditadura terrível para os eventuais dissidentes. Novas lideranças não se formaram, muita gente fugiu de Cuba e a economia, após o fim da URSS, tornou-se um desastre galopante.
O que fazer agora? Fidel, apesar de "aposentado", continuará atuando nos bastidores. Os EUA exigem, para o fim do seu boicote, uma liberação do regime, que pode redundar em outros desastres se não for bem administrada. O caos econômico seria o menor deles.
Aconselho muita calma neste momento. Rompantes machistas de lado a lado não ajudarão em nada o povo cubano, nem iniciativas pró-capitalistas imediatistas e oportunistas. A libertação de todos os presos políticos e o restabelecimento do direito de reunião, a todos os dissidentes do regime, seria um grande passo inicial. Aguardemos.
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