Todo final de ano é a mesma coisa. A mídia publica e exibe as manjadas retrospectivas de notícias: os acidentes, os terremotos, as mortes de celebridades, os títulos esportivos mais importantes, os políticos que se destacaram, os atos de corrupção, etc. Tenta-se então dar um caráter cristão-judaico ao final do ano e início do seguinte, com os incentivos à humildade, temperança, gentileza, paz, amor e tantas outras promessas. Estimula-se também que cada pessoa faça planos para os próximos doze meses e se comprometa com a paz mundial.
Palavras ao vento, caros amigos leitores. Sem ação não adianta. O mundo ficará eternamente na inércia das coisas já acontecidas e já sabidas, se não atuarmos efetivamente.
Será que não estamos esquecendo dos problemas principais deste País? Atrevo-me a destacá-los:
- nosso sistema educacional continua medíocre.
- a qualidade na saúde, quando existe, ainda é para poucos.
- somos uma sociedade altamente corrupta.
- temos uma das maiores desigualdades sociais e econômicas do mundo (enquanto alguns pagaram ceias natalinas de até 600,00 por pessoa, muitos por exemplo não tinham o suficiente para comprar um cacho de uvas).
- e, principalmente, somos um povo que não pensa seu País como um todo - quantos nordestinos ou nortistas estão preocupados com a criminalidade em São e no Rio de Janeiro?; por outro lado, quantos paulistas estão preocupados com a seca nordestina, o desmatamento na Amazônia e o risco do Pantanal acabar? - discutir então a transposição das águas do Rio São Francisco é algo limitado a políticos, jornalistas e intelectuais.
Enquanto não criarmos o verdadeiro espírito coletivo nacional, não conseguiremos sair desse atoleiro ético em que nos encontramos.
Espero porém que 2008 seja um ano melhor para o povo brasileiro!
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