sábado, 19 de janeiro de 2008

APÓS O CARNAVAL

Como muitos dizem, o ano somente começa após o Carnaval. Como este último ocorrerá já no início de fevereiro, quem sabe tenhamos um ano mais longo, mais produtivo em 2008.
Mas, os sinais da política não me permitem ser muito otimista. Ver a foto do Lula, agindo como tiete ao fotografar o Fidel Castro, me pareceu algo tão ridículo, tão bufo, que quase não acreditei no que via. Respeito Fidel por ter tirado Cuba da situação de ser um quintal dos EUA, um antro de prostituição e jogatina. Mas, a sua megalomania em se acreditar o grande líder mundial, o salvador que iria reformar a América Latina, acreditando num marxismo discutível e estalinista, me levou a não idolatrá-lo. Agora, não sei bem o que passa pela cabeça do tio Lula - preferia que ele tivesse ídolos mais próximos da social-democracia. Mas, como ele vai passar para a História como o homem que seduziu a direita e iludiu a esquerda, creio ser essa uma boa explicação para o seu ato de puro fã.
Os herdeiros da ditadura de 64, que passaram pela ARENA, depois pelo PDS, PFL e agora formam o tal DEM (demônios?), estão numa saia justa. O Senador Edison Lobão, filiado ao PMDB, tornou-se ministro federal. Como somente pode acontecer numa republiqueta, seu suplente é o próprio filho, filiado porém ao DEM. Como o sujeitinho é suspeito de corrupção, o DEM não sabe o que fazer com seu filiado. Bater no governo como fez nos últimos 5 anos é fácil; agora virar vidraça não era esperado pelo partido. Pergunto apenas: nenhum dos nobres líderes do DEM percebeu que fato semelhante poderia acontecer?
Voltaremos também às urnas este ano. O PSDB também está todo enrolado. Segundo pesquisas, seu candidato mais viável em São Paulo é o Alckmin. Porém, o governador Serra, de olho nas eleições presidenciais de 2010 e no apoio futuro do DEM (sempre ele!), pretende apoiar o atual prefeito, Kassab. Há gente querendo lançar o Alckmin para o governo do Estado, em 2010. Acho que sou ingênuo, mas onde está o interesse da população em tudo isso? Lutei contra a ditadura para suportar esses políticos profissionais, que somente pensam nos seus interesses pessoais? Eles agem como o eleitor fosse facilmente manipulável e cumprisse apenas um destino escrito nas estrelas. Amigos, dêem uma resposta no final do ano. Eu darei a minha - ou votarei em candidatos desconhecidos ou anularei o meu voto.

sexta-feira, 4 de janeiro de 2008

CONTINUAMOS NA MESMA!

Peço desculpas por voltar ao mesmo tema. Mas, tenho presenciado, ouvido e lido fatos que demonstram que nada mudou, no comportamento dos brasileiros, neste início de ano. Querem alguns exemplos?
Estou atravessando uma rua de São Paulo. Um carro passa por mim, felizmente em velocidade baixa, e passa pelo farol vermelho. Um mendigo pede um cigarro a um motorista estacionado perto de uma agência bancária; ouve desaforos do tipo: "eu trabalho 24 horas não para dar alguma coisa a ninguém". Na base de um ponto de ônibus, um dono permite que seu cachorro de estimação descarregue grande quantidade de fezes. Lixo em todas as ruas. Motoristas de ônibus estressados, verdadeiros maníacos ao volante. Um cara entra apressado em banheiro, empurrando todo mundo e nem olha para ninguém.
Vem o governo e aumenta o IOF. Coitados de nós, pobres mortais, que acreditamos no crédito fácil e ficaremos mais atolados em dívidas. Aliás, cadê o Lulinha Paz e Amor, que não anunciou pessoalmente esse aumento? Nessa hora, ele some e se esconde atrás dos ministros!
E a nave segue. Ontem, debateu-se na Cultura o desmatamento amazônico. Entre outras coisas, constatou-se que o governo federal e seus aliados é um grande mentiroso, quando fala em redução na destruição da floresta. Em 50 anos, não teremos mais nada. Ou melhor, teremos uma paisagem estilo savana, repleta de soja e gado. Um abraço.

quinta-feira, 3 de janeiro de 2008

ATÉ QUANDO FICAREMOS NAS PROMESSAS?

Todo final de ano é a mesma coisa. A mídia publica e exibe as manjadas retrospectivas de notícias: os acidentes, os terremotos, as mortes de celebridades, os títulos esportivos mais importantes, os políticos que se destacaram, os atos de corrupção, etc. Tenta-se então dar um caráter cristão-judaico ao final do ano e início do seguinte, com os incentivos à humildade, temperança, gentileza, paz, amor e tantas outras promessas. Estimula-se também que cada pessoa faça planos para os próximos doze meses e se comprometa com a paz mundial.
Palavras ao vento, caros amigos leitores. Sem ação não adianta. O mundo ficará eternamente na inércia das coisas já acontecidas e já sabidas, se não atuarmos efetivamente.
Será que não estamos esquecendo dos problemas principais deste País? Atrevo-me a destacá-los:
- nosso sistema educacional continua medíocre.
- a qualidade na saúde, quando existe, ainda é para poucos.
- somos uma sociedade altamente corrupta.
- temos uma das maiores desigualdades sociais e econômicas do mundo (enquanto alguns pagaram ceias natalinas de até 600,00 por pessoa, muitos por exemplo não tinham o suficiente para comprar um cacho de uvas).
- e, principalmente, somos um povo que não pensa seu País como um todo - quantos nordestinos ou nortistas estão preocupados com a criminalidade em São e no Rio de Janeiro?; por outro lado, quantos paulistas estão preocupados com a seca nordestina, o desmatamento na Amazônia e o risco do Pantanal acabar? - discutir então a transposição das águas do Rio São Francisco é algo limitado a políticos, jornalistas e intelectuais.
Enquanto não criarmos o verdadeiro espírito coletivo nacional, não conseguiremos sair desse atoleiro ético em que nos encontramos.
Espero porém que 2008 seja um ano melhor para o povo brasileiro!