domingo, 2 de agosto de 2009

Brasil de Lula versus Brasil de Fernando Henrique

Esse tema vem me matutando há algum tempo. Hoje, passeando pelo Shopping Bourbon, aqui em São Paulo, encontrei um grupo de jovens, de baixa remuneração, olhando avidamente a mercadoria exposta numa joalheria. A seguir, uma das meninas do grupo parou em frente a uma loja de agência de viagens e apontou: Eu quero essa viagem! Era um cruzeiro de transatlântico.
Nada contra sonhar. É lícito e humano. Mas, que mundo estamos construindo?
Somos gente ou meros consumidores?
O escritor Férrez, numa palestra, implorou que a Nike e seus concorrentes deixassem de vender tênis caríssimos, no mercado brasileiro, pois isso na sua opinião incentivava os jovens da periferia a desejarem um padrão de vida impossível de ser alcançado, no curto prazo, e consequentemente uma atitude de quase marginalidade.
O Presidente Lula, neste momento, deve estar um índice de popularidade na casa dos 70%. Fico então refletindo: temos dois países preponderantes, o do Lula, representado pelos trabalhadores de baixa renda, os emergentes de classe média, os oportunistas de sempre e parte da intelectualidade semi-marxista, e o do Fernando Henrique, que congrega alguns empresários neoliberais, os intelectuais críticos, uma parte do povo mais instruído e militantes políticos que buscam uma Terceira Via não muito conclusiva.
Eu navego entre os dois grupos e, sinceramente, não creio que ambos possam melhorar este País, pelo menos a curto prazo. Então pergunto: como lidaremos com esses sonhos, com esses desejos de consumo, com os empregos de baixa renda e assédio moral preponderante? Ou seremos todos jogadores de futebol, modelos e trabalhadores de TV?

2 comentários:

Graciane disse...

Ou poderemos ser estrelas do Twitter? Ah mestre! Teus textos promovem ebulições na massa cinzenta! Eita falta que me fez! Voltando... Mais uma eleição chega. Qual perspectiva temos?

Graciane disse...

Ah, não me contive! Sou obrigada a desabafar de novo!
No trabalho sou obrigada a ligar com situaçãoes e pessoas que me deixa em conflito e muitas vezes perdida. Tenho a confessar que grande parte das pessoas são deslumbradas e vivem em um mundo paralelo ao meu, onde futuro da nação e história do seu país são assuntos de pessoas chatas (Graciane inclusa). A futulidade enjoa.

Acho que estou em devaneio...