De vez em quando eu sumo do blog. É falta de inspiração mesmo; gente muito mais preparada e instruída do que eu tem escrito tanto sobre o Brasil e o Mundo, que receio muitas vezes chover no molhado (essa expressão é novíssima, risos!).
Hoje, há alguns minutos, fui ao supermercado Sonda fazer umas comprinhas. Bairro agitado este meu: jogo de futebol, culto religioso, formatura, manos brigando no West Plaza, policiais aos montes, tudo ao mesmo tempo. Há cidades que não têm essa agitação toda.
No Sonda ocorreu algo que mexeu comigo. Ouvi uma voz bem alta, gritando com alguém: Pare! Levei um susto e fiquei paralisado. Pensei de pronto: deve ser uma mãe dando bronca em uma criança.
Veio a surpresa. Uma senhora, aparentando mais de 60, olhou para mim e comentou, duas vezes: O senhor conhece o Estatuto do Idoso? Respondi, meio vexado, que sim. E ainda caí na besteira de comentar: pensei que fosse uma criança. A outra mulher, mais jovem, então soltou: Mas ela é uma criança. Sai pelo mercado, não me avisa.
Eu disse então: Mas não se esqueça que você, um dia, terá a idade dela. E recebi a seguinte resposta: Se eu tiver uma filha que cuide de mim como cuido dela!
Nem respondi, mas pensei: Sendo desse jeito, você não terá ninguém. Exagero meu? É que vocês não ouviram o berro!
Raciocinemos juntos. Será que vale a pena viver até depois dos 70, numa sociedade tão impaciente com as coisas, tão preocupada com a velocidade, que enfatiza tanto a eficiência?
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