Muita gente sabe que virei chique. Tenho um Shopping há cinco minutos de casa, isso a pé!
Passei na Livraria Cultura desse shopping e fui verificar alguns livros de Psicologia; ultimamente, aliás, pareço mais psicólogo do que administrador.
Dois jovens estavam conversando. Lá pelas tantas, a moça disse: este livro é de uma das minhas professoras. Ela é rica.
Como?, perguntou o rapaz. A moça comentou então: sabe quanto ela cobra por sessão? 250 reais! Duas sessões e já são 500 reais!
Ele perguntou então: e como ela é como pessoa, gente boa?
A moça retrucou: Não, ela é muito brega.
Brega, de que jeito?, insistiu o garoto.
A moça completou sua opinião: Ela veio um dia com uma calça cheia de apliques brilhantes.
E quantos anos ela tem?, lá veio o rapaz de novo.
Uns 50, completou a moça. E o rapaz, espantado: Uma velhusca dessas vestindo-se desse jeito!!!
Não suportei mais e falei bem alto: estou me sentindo um ancião perto de vocês e fui embora.
Esse diálogo me lembrou um fato ocorrido no UNIFAI, onde lecionava, há anos. A escola aumentou as mensalidades e justificou o fato com um acréscimo no salário dos professores. Alguns estudantes protestaram veementemente, alegando que havia professor com carro importado. Esqueceram porém de verificar que era uma situação atípica. Tratava-se de um microempresário que gostava de lecionar. Então, gente com posses não pode trabalhar? E a vocação e o estímulo de uma maior participação social?
E o que é ser brega? É uma definição, um estereótipo. Agora, o estudante vai para a escola fazer o quê? Estudar, aprender ou ficar verificando o modo de se vestir do professor?
E velho, o que é? Para mim, velho é o sujeito que morreu em vida; e nem percebeu. Um drogado inveterado já pode encomendar o caixão.
Finalizando, que psicólogos estamos formando, hein gente? Entram para o mercado de trabalho, pelo visto, com todos os preconceitos possíveis.
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