O dia inteiro ouvi falar do astro e sua morte. No tempo da Sociedade do Espetáculo, toda notícia grandiosa desperta os espectadores de seu torpor e eleva o IBOPE.
Quero deixar bem claro que ele nunca foi meu ídolo. Não posso negar seu brilhantismo como cantor, compositor, dançarino e produtor musical.
Mas, ele representou um tipo de música consumível, num idioma que nunca dominei inteiramente e numa cultura afro-norte-americana que tem elos comuns à brasileira, por causa da escravidão, mas o negro dos EUA tem um estilo de vida muito diferente, com mais qualidade do que o negro brasileiro.
Tive uma comoção quando faleceu a Elis Regina; até hoje, quando assisto a algum show antigo dela ou a alguma entrevista, fico me perguntando porque ela não pediu o apoio de seus fãs, que eram apaixonados por ela.
Assim, compreendo perfeitamente a atitude e o sofrimento dos fãs do Michael. Mas, sinto que ele morreu como viveu. Criticado pelo pai, permanentemente insatisfeito com a sua condição física, fazendo tratamentos misteriosos, envolvido em escândalos nunca esclarecidos, endividado ao final. Descansou na hora certa. Se vivesse mais 10, 20, 30 anos, seria apenas um sofrimento só.
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