sábado, 27 de junho de 2009

UMA LÁGRIMA POR UMA MULHER

A única certeza que temos hoje é que morreremos algum dia. Uma frase óbvia e repetida milhares de vezes. Mas, sempre ficamos estupefatos quando alguém que conhecemos, pessoalmente ou pela mídia, falece. Ou, como diz o Rolando Boldrin, "nos deixa antes do combinado".
Uma dessas pessoas foi Farrah Fawcett, a grande pantera. Sua filmografia, conforme escreveram os críticos, não foi brilhante, exceto pelas obras O Apóstolo e Dr. T e As Mulheres.
Sendo um mulher exuberante, creio eu uma das mais belas do cinema em toda a História, Farrah ficou marcada como o mito da pantera, quando trabalhou na série com suas companheiras Kate Kackson e Jaclyn Smith.
Mas, lamento profundamente a sua morte. Era fã do seriado, que agrupava sensualidade e feminismo em doses bem adequadas. E ela era uma atriz digna. Deixo aqui as minhas sinceras saudades.

sexta-feira, 26 de junho de 2009

MICHAEL JACKSON

O dia inteiro ouvi falar do astro e sua morte. No tempo da Sociedade do Espetáculo, toda notícia grandiosa desperta os espectadores de seu torpor e eleva o IBOPE.
Quero deixar bem claro que ele nunca foi meu ídolo. Não posso negar seu brilhantismo como cantor, compositor, dançarino e produtor musical.
Mas, ele representou um tipo de música consumível, num idioma que nunca dominei inteiramente e numa cultura afro-norte-americana que tem elos comuns à brasileira, por causa da escravidão, mas o negro dos EUA tem um estilo de vida muito diferente, com mais qualidade do que o negro brasileiro.
Tive uma comoção quando faleceu a Elis Regina; até hoje, quando assisto a algum show antigo dela ou a alguma entrevista, fico me perguntando porque ela não pediu o apoio de seus fãs, que eram apaixonados por ela.
Assim, compreendo perfeitamente a atitude e o sofrimento dos fãs do Michael. Mas, sinto que ele morreu como viveu. Criticado pelo pai, permanentemente insatisfeito com a sua condição física, fazendo tratamentos misteriosos, envolvido em escândalos nunca esclarecidos, endividado ao final. Descansou na hora certa. Se vivesse mais 10, 20, 30 anos, seria apenas um sofrimento só.

O DIREITO À MORTE

Não há um dia, neste mundão, em que alguém não escreve contra o cigarro, as drogas, as bebidas alcóolicas e o excesso de comida. No lado oposto, estão os fabricantes de cigarros e bebidas, os traficantes e os grandes chefs de cozinha.
É uma grande guerra pelos nossos corações e mentes. Da minha parte, nunca fumei, bebia socialmente (o equivalente a uma garrafa de vinho por ano; estou proibido pelos remédios que uso), nunca usei drogas e estou me controlando em termos de comida (perdi 20 quilos).
Ora, qual o meu objetivo de vida? Viver lucidamente, se possível até os 90 anos. Se morrer antes, será por fatalidade ou acidente.
Mas, e aqueles que insistem em seus vícios? Merecem o nosso desprezo? A nossa distância? Creio que não.
Quem se opõe a todos esses exageros será que efetivamente está pensando no ser humano ou apenas defende os interesses de seguradoras? Sabemos de empresas que não estão contratando fumantes e obesos e dificultam muito o tratamento a viciados em álcool e drogas.
Se o sujeito comete um crime sob o efeito de drogas e bebidas que seja rigorosamente punido pela lei.
Agora, se ele quer se entupir de comida, bebidas e drogas e/ou fumar que nem uma chaminé, deixem-no apressar a morte. O direito à vida é sagrado, mas o direito à morte também.

ESTOU FICANDO VELHO

Há alguns anos, quando eu trabalhava como corretor de imóveis, uma belíssima garota se aproximou de mim, em frente a um prédio. O pessoal da obra, obviamente me provocou antes, dizendo: "Seu Valdir, olha a gata que vai falar consigo!". Ela parou e me disse: "Tio, qual é o caminho para São Paulo? (estávamos em São Bernardo).
Quando começam a chamar você de tio, é o momento de colocar a viola no saco e pensar numa mudança de vida. Mas, a coisa somente tende a piorar. É a criança que desce correndo a escada atrás de você e não pede licença ou lhe acerta na região íntima e nem percebe.
Ou, como hoje, em que uma mãe ficou tentando chamar a minha atenção, para olhar o bebê dela. Ou o garoto que quis o mesmo, brincando justamente do meu lado. E eu comendo. Somente parou quando levou a terceira bronca da mãe. Claro, já tenho jeito risos de vovô.
O jeito é continuar estudando, lendo, ensinando e curtindo a vida. Conheço gente que não está sabendo envelhecer e está entrando num processo depressivo. Farei o possível para ser diferente do modelo do velhinho esclerosado e andando de bengalinha.