quarta-feira, 31 de dezembro de 2008

HABEMUS OBAMA

Um negro na Casa Branca! A mídia nacional e internacional se preocupou muito com esse fato, esquecendo que Barack Obama teve educação multicultural, sendo filho de uma mãe branca com valores progressistas.
Ora, não existe por princípio uma etnia melhor; você encontra pessoas com comportamento equilibrado, entre negros, brancos e orientais; como também psicopatas nos três grupos.
Lá no íntimo de todos, porém, há um cansaço extremo com a doutrina Bush de superioridade da cultura ocidental. Reside aí a esperança que muitos povos estão concentrando na nova administração dos EUA, que assume em 2009.
Obama terá pela frente desafios históricos nunca enfrentados pelo seu país. Os EUA se tornaram, para o positivo e o negativo, a grande referência cultural, os novos centuriões romanos a distribuir mísseis e afagos pelo mundo todo.
Como vários especialistas estão salientando, ele deverá se dedicar inicialmente a recuperar a economia norte-americana, a injetar confiança no seu povo.
Depois, se houver condições para tanto, ele terá que descascar os abacaxis da política externa. Até quando os EUA permanecerão no Iraque? Como será a política de intervenção no Afeganistão? Existe real possibilidade de uma paz entre Israel e os palestinos? Como combater a Al-Qaeda sem novas intervenções militares? Como impedir que o Paquistão e a Índia entrem num novo conflito militar aberto? A Rússia parece estar querendo uma nova Guerra Fria; perigo à vista. Como agir com o Irã?
Para o Extremo Oriente, temos incógnitas a resolver. A China continua investindo em crescimento econômico, o Japão enfrenta o dilema entre preservar a sua cultura milenar e absorver valores ocidentais, a Coréia do Sul cresce como potência tecnológica e a Coréia do Norte quer manter contatos com o Ocidente, porém mantendo o seu programa nuclear. É um desafio para o multiculturalismo: respeitar essas culturas, porém protegendo a cultura própria, no caso a norte-americana.
E a América Latina nesse contexto? O Brasil parece ser empurrado para uma liderança, ao mesmo tempo natural, pela sua pujança econômica, e indesejada, porque abrirá conflitos antigos e novos com os nossos hermanos. Há um novo populismo crescendo na América Latina, que junta socialismo, indianismo e autoritarismo, que pode gerar até guerras civis. A coisa pode se agravar, pois em 2010 o Brasil elegerá um novo Presidente, que talvez não seja palatável para países como a Venezuela, a Bolívia, o Equador e o Paraguai. Como apoiar esses países, na luta que parece eterna em melhorar a educação e desenvolver tecnologia? E Cuba?
Ainda há o compromisso de Obama em combater o aquecimento global. Ele enfrentará resistências internas seriíssimas, principalmente dos produtores de petróleo e carvão.
Não gostaria de estar na pele dele, sinceramente. Voltando ao início do texto, temo até pela segurança física dele; existem nos EUA uns malucos que defendem a supremacia branca, que adorariam matar negros e descendentes. Como sou agnóstico, somente me resta torcer para que isso não ocorra.
O que eu faria se assumisse a Presidência dos EUA? De cara, fecharia a prisão de Guantánamo e prenderia todos os torturadores da CIA. Convocaria o governo cubano para um diálogo franco e autêntico. E exigiria de Israel um compromisso com a paz. Mas, não sou norte-americano e nem sou o Obama. Deus salve a América! (se Deus existir!).

Um comentário:

Graciane disse...

Master!!!
Ao contrário, acredito em Deus e desejo o melhor, a todos. Claro, que teremos pedras a remover na caminhada, pois temos que nos responsabilizar pelas decisões do livre arbítrio. Ah... Hoje não acordei na melhor forma para traduzir pensamentos! E viva as diferenças! E mais vivas para a inteligência "equilibrada"!!!