Estamos sendo bombardeados, diariamente, sobre notícias tétricas sobre a Natureza. Descongelamento de geleiras, fissuras em blocos de gelo dos pólos, desmatamento acelerado, extinção de milhares de espécies animais, poluição sendo exportada pelo Estado de São Paulo, chuvas torrenciais onde chovia pouco, desertificação, terremotos imprevistos, etc.
Fala-se muito em reciclagem. Eu mesmo estou separando dois terços do meu lixo, para reaproveitamento pelas indústrias. Discute-se muito o conceito de desenvolvimento sustentável, aliado ao consumo responsável.
O cientista Paulo Vanzolini, em entrevista na Folha de São Paulo, detonou esse conceito de desenvolvimento, utilizando um argumento simplório. Enquanto pessoas estiverem nascendo, terão que consumir pelo menos alimentos. Podemos concluir, a partir dessa afirmativa, que mais terras serão desmatadas, mais consumo teremos, mais poluição obteremos. E os demais animais, exceto talvez os insetos, os ratos, as bactérias e os vírus, terão que ser expulsos dos seus habitats naturais, para dar espaço ao homen sapiens.
Não seria o momento de pensarmos mais dramaticamente? Queremos efetivamente que a Terra tenha algum futuro? Além de diminuirmos o consumo, não seria o momento de congelarmos o crescimento populacional? Temos hoje instrumentos técnicos para tanto: podemos dissociar o prazer sexual da geração de mais crianças. Basta o uso de uma camisinha ou, em casos mais extremos, de cirurgias como a vasectomia e a ligação das trompas. Se conseguirmos que a população do planeta fique brecada nos atuais 6 bilhões, já seria um grande sucesso. Mas, poderíamos ir além e baixar esse número para 3, ou até mesmo 2 bilhões de habitantes.
Não sou radical. Sei de movimentos no Exterior que propõem até a extinção pura e simples da Humanidade. Não gozam de minha simpatia e apoio, mas seus argumentos são poderosos.
Está na hora de pensar. Meu avô se tornou avô lá pelos 40 anos de idade, meu pai com 51 e eu, provavelmente, o serei com uns 58. Espero que a minha neta ou neto, se acontecer, sejam avós com uns 60 ou mais anos de idade. Precisamos nos educar para tanto.
domingo, 30 de março de 2008
NOVO SHOPPING, EU MEREÇO!
Moro, caros amigos, desde 1986 no bairro da Pompéia, Distrito das Perdizes, São Paulo - Capital. Antes uma região operária, ao longo dos últimos 30 dias foi se transformando, de um mero apêndice do Perdizes dito nobre, para um novo refúgio da classe média paulistana. Agora, essa transformação parece que sofrerá um novo impulso, com a inauguração de um novo Shopping, o Bourbon do grupo gaúcho Zaffari.
Há três dias, estou me divertindo com as manifestações consumistas dos meus vizinhos. Gente andando para ver a novidade, correndo até, uma grande quantidade de automóveis, trânsito apertado, buzinaços sem limite, gente deslumbrada, as melhores roupas tiradas dos armários, praça de alimentação lotadíssima.
Os cientistas sociais poderiam aproveitar esses dias para escrever suas dissertações de Mestrado e teses de Doutorado. Todas as tribos já passaram pelo local, até os pseudo-intelectuais como eu. O perfil de consumo, como dizem os homens de marketing, ainda não está completamente definido. Mas, alguns indícios estão aflorando nesse sentido. Uma garota, ao passar por mim e pela minha filha, ainda na rua, comentou com um amigo: "aqui não teremos as baianinhas". Outro garoto, aparentemente de menos posses, falou para um amigo: "quanta mina bonita tem aqui!". Outro grupo de garotos, também com pouca grana, estava andando pelo Shopping à procura de uma alimentação mais barata. Vi gente usando roupas na última moda, "chique no urtimo", como dizem os sertanejos modernos. Outros estavam vibrando por poderem comprar alimentos de elevado padrão, no supermercado.
Estaríamos caminhando então para mais um processo de separação social - quem puder consumir, que me parece ser o grande objetivo das classes A, B e C, encontrou um novo local para saciar a sua vontade. Os demais, se contentarão com alguma eventual oferta comercial ou terão que procurar outro local. Como parece que o Shopping West Plaza também se modernizará (leia-se mais sofisticação), tudo indica que os pobres da região serão escorraçados para mais longe, deixando os pequenos burgueses mais tranquilos para viverem a falsa ilusão de um país desenvolvido, sem miséria evidente.
Como concluir este texto? Não sou consumista; já usei o Shopping duas vezes: para tomar um café no Starbucks e almoçar num restaurante árabe (não foi o Almanara!). A parte cultural (cinemas, teatro e livraria) não foi inaugurada. Como a ignorância e o comportamento anti-social não tem classe, fico sempre indignado com quaisquer manifestações de racismo e preconceito que percebo nas pessoas. Mas, estou incluído nestes tempos modernos em que o importante é a aparência social; procurarei ser um bom vizinho do Shopping e cooperar para a boa convivência entre as pessoas.
Há três dias, estou me divertindo com as manifestações consumistas dos meus vizinhos. Gente andando para ver a novidade, correndo até, uma grande quantidade de automóveis, trânsito apertado, buzinaços sem limite, gente deslumbrada, as melhores roupas tiradas dos armários, praça de alimentação lotadíssima.
Os cientistas sociais poderiam aproveitar esses dias para escrever suas dissertações de Mestrado e teses de Doutorado. Todas as tribos já passaram pelo local, até os pseudo-intelectuais como eu. O perfil de consumo, como dizem os homens de marketing, ainda não está completamente definido. Mas, alguns indícios estão aflorando nesse sentido. Uma garota, ao passar por mim e pela minha filha, ainda na rua, comentou com um amigo: "aqui não teremos as baianinhas". Outro garoto, aparentemente de menos posses, falou para um amigo: "quanta mina bonita tem aqui!". Outro grupo de garotos, também com pouca grana, estava andando pelo Shopping à procura de uma alimentação mais barata. Vi gente usando roupas na última moda, "chique no urtimo", como dizem os sertanejos modernos. Outros estavam vibrando por poderem comprar alimentos de elevado padrão, no supermercado.
Estaríamos caminhando então para mais um processo de separação social - quem puder consumir, que me parece ser o grande objetivo das classes A, B e C, encontrou um novo local para saciar a sua vontade. Os demais, se contentarão com alguma eventual oferta comercial ou terão que procurar outro local. Como parece que o Shopping West Plaza também se modernizará (leia-se mais sofisticação), tudo indica que os pobres da região serão escorraçados para mais longe, deixando os pequenos burgueses mais tranquilos para viverem a falsa ilusão de um país desenvolvido, sem miséria evidente.
Como concluir este texto? Não sou consumista; já usei o Shopping duas vezes: para tomar um café no Starbucks e almoçar num restaurante árabe (não foi o Almanara!). A parte cultural (cinemas, teatro e livraria) não foi inaugurada. Como a ignorância e o comportamento anti-social não tem classe, fico sempre indignado com quaisquer manifestações de racismo e preconceito que percebo nas pessoas. Mas, estou incluído nestes tempos modernos em que o importante é a aparência social; procurarei ser um bom vizinho do Shopping e cooperar para a boa convivência entre as pessoas.
sexta-feira, 14 de março de 2008
ELIMINARAM A PITANGUEIRA!
Era bom demais para continuar. Escrevi aqui antes sobre uma pitangueira que encontrei em plena Av. Paulista, São Paulo.
Como muitos devem saber, estão trocando o piso das calçadas dessa avenida. Não entrarei no mérito sobre a necessidade dessa troca (o piso antigo estava horrível em muitos lugares) e nem sobre a estética do novo (preferia um mais colorido, talvez verde e branco, em homenagem ao Palmeiras), mas é uma obra complicada pois afeta diariamente a vida dos usuários do local.
Li em jornais que o projeto de reforma prevê o plantio de muitas árvores (acompanhemos se isso irá ou não acontecer).
Porém, a pitangueira desapareceu! Os trabalhadores da obra foram paulatinamente retirando a terra que existia em volta dela. E hoje verifiquei que ficou apenas um buraco onde ela existia. É uma pena! Será que ela foi replantada em outra região? Difícil saber agora. Mas, a avenida, pelo menos para mim, ficou mais triste, mais feia.
O Prefeito Kassab, na sua ânsia de ser reeleito, fez então sua primeira vítima, se a pitangueira não voltar. Deixo aqui o meu singelo, humilde e solitário protesto.
Como muitos devem saber, estão trocando o piso das calçadas dessa avenida. Não entrarei no mérito sobre a necessidade dessa troca (o piso antigo estava horrível em muitos lugares) e nem sobre a estética do novo (preferia um mais colorido, talvez verde e branco, em homenagem ao Palmeiras), mas é uma obra complicada pois afeta diariamente a vida dos usuários do local.
Li em jornais que o projeto de reforma prevê o plantio de muitas árvores (acompanhemos se isso irá ou não acontecer).
Porém, a pitangueira desapareceu! Os trabalhadores da obra foram paulatinamente retirando a terra que existia em volta dela. E hoje verifiquei que ficou apenas um buraco onde ela existia. É uma pena! Será que ela foi replantada em outra região? Difícil saber agora. Mas, a avenida, pelo menos para mim, ficou mais triste, mais feia.
O Prefeito Kassab, na sua ânsia de ser reeleito, fez então sua primeira vítima, se a pitangueira não voltar. Deixo aqui o meu singelo, humilde e solitário protesto.
Assinar:
Postagens (Atom)