Tenho amigos que adoram uma cerveja. Eu não suporto; aliás, evito beber. Convivi com alcoólatras e as lembranças são péssimas. Além disso, no meu único porre, meu comportamento foi deplorável. Não sou convidado, porém, para nenhuma noitada.
Conheço pessoas que falam sobre futebol o tempo todo; eu não consigo. Alunos meus já largaram as aulas, para assistir os jogos de seus times prediletos. Eu moro ao lado do estádio do Palmeiras e somente vou lá para fazer caminhada (este ano entrei lá duas vezes, se muito).
Ouvi hoje que o trânsito estava péssimo porque muita gente estava voltando para casa, mais cedo, para assistir o último capítulo da novela Caminho das Índias. Não tenho preconceito contra novelas e noveleiros, mas não perco meu tempo com elas. Dessa trama, assisti um capítulo em que duas mulheres se atacavam, atirando objetos. Ri muito porque elas nunca acertavam; que pontaria!
Estou lendo um livro em que um dos personagens, no momento, está sofrendo por uma ex-namorada. Tudo bem, é um adolescente. Mas, não me lembro de ter sofrido tanto por uma mulher. Meus relacionamentos sempre foram maduros, racionais. Há muitos anos namorei uma mulher mais velha 8 anos do que eu. Quando a flaguei com outro sujeito, fiquei muito chateado. Mas, não pela infidelidade ocorrida e sim pelo tipo de cara com que ela estava convivendo.
Ela nunca prometeu ser fiel a ninguém; teve uma grande desilusão amorosa e não acreditava nas juras dos homens. Continuamos bons amigos por alguns anos. Há alguns meses, descobri, pelo Orkut, que duas outras grandes paixões já morreram. Fiquei triste sim; mas elas haviam escolhido seus próprios caminhos, há anos. Lamento não ter me despedido das duas.
Para mim é importante uma boa mesa, um bom filme e, principalmente, uma boa leitura. Agora, estou percebendo que muitos me isolam ou tentam me isolar. Calma, não estou deprimido. Tenho meus amigos, fundamentalmente mulheres incríveis. Mas, o que será que muitos pensam de mim? Será que não sou um ET e ainda não descobri?
sexta-feira, 11 de setembro de 2009
sábado, 5 de setembro de 2009
Filhas e Mães
De vez em quando eu sumo do blog. É falta de inspiração mesmo; gente muito mais preparada e instruída do que eu tem escrito tanto sobre o Brasil e o Mundo, que receio muitas vezes chover no molhado (essa expressão é novíssima, risos!).
Hoje, há alguns minutos, fui ao supermercado Sonda fazer umas comprinhas. Bairro agitado este meu: jogo de futebol, culto religioso, formatura, manos brigando no West Plaza, policiais aos montes, tudo ao mesmo tempo. Há cidades que não têm essa agitação toda.
No Sonda ocorreu algo que mexeu comigo. Ouvi uma voz bem alta, gritando com alguém: Pare! Levei um susto e fiquei paralisado. Pensei de pronto: deve ser uma mãe dando bronca em uma criança.
Veio a surpresa. Uma senhora, aparentando mais de 60, olhou para mim e comentou, duas vezes: O senhor conhece o Estatuto do Idoso? Respondi, meio vexado, que sim. E ainda caí na besteira de comentar: pensei que fosse uma criança. A outra mulher, mais jovem, então soltou: Mas ela é uma criança. Sai pelo mercado, não me avisa.
Eu disse então: Mas não se esqueça que você, um dia, terá a idade dela. E recebi a seguinte resposta: Se eu tiver uma filha que cuide de mim como cuido dela!
Nem respondi, mas pensei: Sendo desse jeito, você não terá ninguém. Exagero meu? É que vocês não ouviram o berro!
Raciocinemos juntos. Será que vale a pena viver até depois dos 70, numa sociedade tão impaciente com as coisas, tão preocupada com a velocidade, que enfatiza tanto a eficiência?
Hoje, há alguns minutos, fui ao supermercado Sonda fazer umas comprinhas. Bairro agitado este meu: jogo de futebol, culto religioso, formatura, manos brigando no West Plaza, policiais aos montes, tudo ao mesmo tempo. Há cidades que não têm essa agitação toda.
No Sonda ocorreu algo que mexeu comigo. Ouvi uma voz bem alta, gritando com alguém: Pare! Levei um susto e fiquei paralisado. Pensei de pronto: deve ser uma mãe dando bronca em uma criança.
Veio a surpresa. Uma senhora, aparentando mais de 60, olhou para mim e comentou, duas vezes: O senhor conhece o Estatuto do Idoso? Respondi, meio vexado, que sim. E ainda caí na besteira de comentar: pensei que fosse uma criança. A outra mulher, mais jovem, então soltou: Mas ela é uma criança. Sai pelo mercado, não me avisa.
Eu disse então: Mas não se esqueça que você, um dia, terá a idade dela. E recebi a seguinte resposta: Se eu tiver uma filha que cuide de mim como cuido dela!
Nem respondi, mas pensei: Sendo desse jeito, você não terá ninguém. Exagero meu? É que vocês não ouviram o berro!
Raciocinemos juntos. Será que vale a pena viver até depois dos 70, numa sociedade tão impaciente com as coisas, tão preocupada com a velocidade, que enfatiza tanto a eficiência?
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